Açores

 

O arquipélago dos Açores situa-se no Atlântico Norte, entre a Europa e a América do Norte. A capital e maior cidade é Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. A superfície total dos Açores é 2.333 km² (menos de metade do Algarve). A Zona Económica Exclusiva (ZEE) nos Açores tem cerca de 994.000 km². A população residente é cerca de 250 mil pessoas.

O arquipélago divide-se em três grupos:

Grupo ocidental – ilhas do Corvo e das Flores.

Grupo central – ilhas do Faial, Graciosa, Pico, São Jorge e Terceira.

Grupo Oriental – ilhas de Santa Maria e São Miguel; os ilhéus das Formigas situam-se entre as duas ilhas do grupo oriental.

O arquipélago dos Açores surgiu por atividade vulcânica. A primeira ilha que se formou foi Santa Maria, há mais de 8 milhões de anos. As ilhas situam-se na Dorsal Média Atlântica. O grupo ocidental localiza-se na placa tectónica da América do Norte, o que significa que os Açores são geologicamente um território pluricontinental. A Montanha do Pico, na ilha do Pico, é o ponto mais alto de Portugal, com 2.351 m, e é também a montanha mais alta na Dorsal Média Atlântica. A origem vulcânica das ilhas manifesta-se em fenómenos geológicos contemporâneos, como os diversos campos de fumarolas, por exemplo no Vale das Furnas, e outras manifestações geotérmicas, assim como os sismos relativamente frequentes. A maior erupção moderna deu-se no Vulcão dos Capelinhos em 1957-1958. Os Açores pertencem à região biogeográfica da Macaronésia. O clima é temperado oceânico ou marítimo, com pequena amplitude térmica e chuvas abundantes distribuídas ao longo do ano.

Os Açores estão na rota de várias lendas medievais acerca de ilhas perdidas no oceano, tais como a Atlântida, as Sete Cidades, as ilhas de São Brandão, Afortunadas, Brasil (Hy Brazil), Antília, etc. É possível que tenha havido alguma presença humana na antiguidade. A fazer fé em vários mapas do século XIV, as ilhas dos Açores seriam conhecidas antes do descobrimento oficial, no século seguinte, o qual teria sido apenas um redescobrimento ou reconhecimento. As ilhas do grupo ocidental terão sido avistadas por Diogo de Silves em 1427. Gonçalo Velho Cabral identificou os ilhéus das Formigas em 1431 e chegou às ilhas de Santa Maria e São Miguel em 1432. As outras ilhas foram sendo descobertas de este para oeste. As Flores e o Corvo foram descobertas por Diogo de Teive em 1450. O povoamento dos Açores começou em Santa Maria e São Miguel. Gonçalo Velho Cabral foi o primeiro capitão donatário destas ilhas. Os principais povoadores foram portugueses, mas também flamengos, bretões, outros europeus e norte-africanos. Muitos cristãos-novos, ou judeus, também se estabeleceram no arquipélago. Os Açores foram uma importante escala para as expedições dos Descobrimentos e para naus da Carreira da Índia.

A importância geoestratégica dos Açores teve grande destaque no século XX. Durante a Segunda Guerra Mundial o governo português concedeu facilidades militares ao Reino Unido e aos Estados Unidos da América no arquipélago dos Açores. Durante a Guerra Fria, os norte-americanos expandiram a sua presença na base das Lajes. Entre 1966 e 1993 os militares franceses operaram a Estação de Telemedidas das Flores.

Em conformidade com a Constituição da República Portuguesa de 1976, os Açores, assim como a Madeira, gozam de um estatuto político-administrativo de autonomia regional, através  da Assembleia Legislativa e do Governo Regional. Os Açores têm o estatuto de região ultraperiférica dentro da União Europeia.

A origem do nome dos Açores é controversa. Entre as várias teorias, a mais provável é que deriva de azzurre, azzorre ou azzurro (azul nos dialetos italianos genoveses e florentinos), em consonância com as míticas Ilhas Azuis e com a indicação das ilhas em mapas genoveses com data anterior ao descobrimento oficial. Outra teoria sustenta que as ilhas devem o nome à devoção de Gonçalo Velho Cabral a Santa Maria dos Açores, padroeira da freguesia de Açores, em Celorico da Beira. A teoria mais divulgada — as aves de rapina chamadas açores mas inexistentes nas ilhas — é provavelmente a mais errada. Mesmo a eventual confusão com os milhafres é duvidosa, já que estes foram introduzidos no período de colonização. 

Alguns dados sobre a localização dos Açores

Pontos extremos do Arquipélago dos Açores: 

·         Norte – ilha do Corvo, 39º 43′ 36″ N 31º 06′ 46″ W;

·         Sul – ponta do Castelo, ilha de Santa Maria, 36º 55′ 47″ N, 25º 0′ 59″ W;

·         Este – ilhéus das Formigas, 37º 16′ 16″ N, 24º 46′ 49″ W;

·         Oeste – ilhéu de Monchique, 39º 29′ 43″ N, 31º 16′ 30″ W.

Ponta Delgada fica a cerca de 780 milhas náuticas (1.445 km) a oeste de Lisboa. O ilhéu de Monchique, o ponto mais ocidental do território português, junto à ilha das Flores, fica a cerca de 1.040 mn (1.926 km) da costa da Terra Nova (Canadá) e a cerca de 1012 mn (1.875 km) do Cabo da Roca (Portugal). As ilhas das Flores e do Corvo ficam mais perto da costa da América do Norte do que do Algarve.

Os pontos extremos do arquipélago (ilhéu de Monchique e ilhéus das Formigas) situam-se a 333 mn (617 km), o que representa quase o mesmo que entre o extremo continental norte-sul do Minho ao Algarve). 

A ilha de Santa Maria fica a 455 mn (842 km) da ilha da Madeira, sendo a distância mais curta entre os Açores e outro território. Os pontos mais afastados em Portugal, 2.126 km, situam-se entre a ilha das Flores e a fronteira nordeste de Trás-os-Montes.

A ilha de São Miguel fica a 1.037 mn (1.922 km) da Irlanda.