Inserido num terreno ajardinado da propriedade que tinha na
Golegã, Carlos Relvas mandou construir um bonito edifício, onde se combinam o
ferro e o vidro, muito ao gosto do Romantismo, que seria o seu atelier e onde
viria a dedicar grande parte do tempo à sua paixão pela fotografia.
Nas numerosas salas que fez corresponder às diversas fases da
fotografia, desde os preparados químicos aos "retoques" finais e
cenários montados, Relvas guardou os aparelhos mais avançados do seu tempo
adquiridos no estrangeiro, expôs técnicas de revelação, coleccionou artigos e
estudos portugueses e internacionais, estudou e divulgou o processo da
fototipia, em que se notabilizou, reuniu um espólio do maior interesse para
todos os amadores e profissionais que se interessam pela fotografia.
Pondo a nova técnica ao serviço da arte, Carlos Relvas
deixou-nos documentos fotográficos de muitos dos aspectos do Portugal do séc.
XIX.
Escritores, políticos, gente do povo, monumentos, igrejas,
aldeias, toda uma sociedade e forma de estar do Séc. XIX português ficou
gravado pelo olhar da sua objectiva, ora com uma visão acutilante do real, ora
retirando à fotografia o carácter de verdade nua e crua que os desenvolvimentos
da época proporcionavam.
Comentários
Enviar um comentário