JOALHARIA FERREIRA MARQUES. ROSSIO. LISBOA


 

Num espaço anteriormente ocupado por uma casa de venda de fazendas foi fundada em 1926 a Joalharia Ferreira Marques, por Adriano Ferreira Marques, bisavô do actual proprietário. Esta família do Porto está ligada ao fabrico de joalharia desde finais do século XIX. Até 1974 tiveram outra loja no Porto, mas desde então que concentram a actividade na loja com uma das mais belas fachadas do Rossio. Chama a atenção a sua originalidade ecléctica com a grande pala e os envidraçados coloridos, segundo o estilo Arte Nova, o ferro forjado de pendor clássico pintado a verde, e um monograma dourado nas portas.

No interior, o espaço da loja mantém-se muito similar ao que sempre foi. Em 2004 teve lugar uma intervenção da arquitecta Fernanda Lamelas, em que se acrescentou duas mesas de atendimento e vários expositores com uma linguagem mais moderna. O espaçoso salão é composto por essas ilhas, o balcão e armários-vitrine, folheados a Olho-de-perdiz. As colunas são em mármore verde italiano, o pavimento em soalho e os tectos em estuque relevado donde pendem seis lustres. Parte considerável das peças expostas e aqui vendidas são de origem nacional, e há grande realce na comunicação e na disposição da loja para o artesanato português, como a arte da filigrana, e autores nacionais. Com a caída em desuso da prata decorativa, a loja passou a focar-se em relógios, ourivesaria, joalharia contemporânea e de autor.

Hoje pode vir aqui eleger a aliança, encontrar filigranas, faqueiros, salvas de prata, e também fazem gravação e jóias personalizadas, únicas e de autor, encomendadas pela casa a artistas e artífices, e que se encontram em catálogo próprio.

A loja já serviu de cenário a dois filmes: “007 - Ao Serviço de Sua Majestade”, de 1969, e “Singularidades de uma Rapariga Loira”, de Manoel de Oliveira, em 2009. Neste filme português teve um pequeno papel um dos funcionários da loja.


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