Não foi
assim sempre: na Ilha de São Miguel chegaram a existir, ao mesmo tempo, 14
fábricas transformadoras de chá que chegaram a produzir na década de 50 cerca
de 250 toneladas oriundas de 300 hectares de cultivo. Mas a 1ª Grande
Guerra e, mais tarde, as proteções aduaneiras ao chá da colónia de Moçambique,
votaram este florescente comércio à sua quase extinção.
A
Gorreana, aberta em 1883, resistiu a tudo e existe ainda hoje. Parte do sucesso
do chá açoriano é o clima da ilha: as pragas que normalmente atacam o chá não
gostam de São Miguel e isso faz do Gorreana um chá 100% orgânico; não são
usados pesticidas, herbicidas, fungicidas, nem corantes nem conservantes.
Por tudo
isto é um chá de primeira qualidade, que compete com os melhores desde sempre,
especialmente desde 1874 quando dois especialistas chineses vieram de propósito
ensinar aos açorianos esta verdadeira arte.
A fábrica
e a plantação estão abertas ao público e os turistas são bem-vindos; há mesmo
um Museu que mostra os mais de 100 anos de bem saber fazer o único chá europeu.
São
apenas 32 hectares de cultivo, o que torna o Gorreana um produto raro, local e
de qualidade, o que o faz entrar automaticamente para o topo da escala do
desejável contemporâneo, que é tudo isso, afinal.
O chá da
Gorreana é exportado para todo o mundo. E sabe para onde também? Para o Japão,
a segunda nação mestra do chá. Isto quer dizer alguma coisa, não quer?
A fábrica
produz chá Preto em muitas variantes: há Gorreana Broken Leaf, Pekoe, Orange
Pekoe e Oolong, o meu favorito. E também o Verde, nas variedades Hysson,
Encosta de Bruma e Pérola.
Pode
encontrá-los nas boas deli ao
redor do mundo, ou idealmente bebê-lo lá mesmo, na plantação. Ou então, compre
pela loja online do site, em saquetas ou em folha solta, entre €0,94 cada 50 gr
da variante Preto Moinha e €8 a caixa metálica com 100 gr de Orange Pekoe Ponta
Branca Premium.
Agora já
sabe, tem que ir a São Miguel, mas não só para conhecer a única plantação de
chá europeia em funcionamento desde o século XIX. Se ainda não conhece pesquise
um bocadinho. Para além de ser a porta de entrada para os Açores, São Miguel
oferece imenso, desde um pot-au-feu cozinhado
numa furna (mini-caldeira vulcânica), até à Lagoa das Sete Cidades, onde de um
lado chorou um pastor de olhos verdes todo um lago à cor dos seus olhos e do
outro lado, uma princesa de olhos azuis fez o mesmo, inundando outro lago, que
toca ao leve no verde do pastor.
Plantações
de Chá Gorreana
Gorreana,
9625-304 Maia
São
Miguel, Açores
296 442
349
Mais info aqui
Créditos : Pardal Fotografia
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