Um dos mais belos parques do país fica nas Caldas da Rainha. O Parque D. Carlos I tem jardins, museus, cafés e uma imensidão de verde que abraça quem o atravessa.
É uma espécie de floresta encantada no meio da cidade,
ligando-a, sob um “céu de vidro”, ao Hospital Termal, pioneiro no Mundo a
“curar certas maleitas”. Foi assim, através das “águas mornas e com
características especiais” que a rainha D. Leonor descobriu a terra onde a
realeza e a fidalguia haveriam de encontrar um porto de abrigo no século XIX.
Mais tarde, tornar-se-ia palco de várias artes, um gosto que perdura.
Só por si, o parque encerra em cada canto uma natural paleta de
cores únicas: a terracota do chão, o lago, os patos, os pavões que se passeiam
nos terraços da cidade, voam até aos beirais dos prédios antigos e dali
observam todo o movimento. É o resultado do romantismo com que o arquiteto
Rodrigo Berquó o desenhou, nos finais do século XIX. E por isso é complexo
eleger um cartão de visita do parque, já que esse tanto pode ser o Lago,
pérgula próxima do Museu Malhoa (quando se enche de Glicínias floridas), a casa
dos barcos, os imponentes pavilhões, ou o Céu de Vidro (antiga casa da cultura
e clube de recreio).
Talvez um dos segredos
mais bem guardados seja a Mata Rainha D. Leonor. Por ser um lugar “tranquilo,
sereno, incrivelmente bonito”, como descreve Dora Mendes, responsável do Museu
do Hospital, que tem o privilégio de ali “morar” todos os dias. É entre o
aqueduto e Chafariz das 5 Bicas de D. João V, e a fábrica Bordalo Pinheiro, que
fica um caminho a descobrir.
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