Inaugurado em 1948, o
Museu de Arte Popular (MAP) nasceu da reformulação do antigo pavilhão da
“Secção da Vida Popular” criado para a Exposição do Mundo Português de 1940,
com projeto da autoria dos arquitetos António Reis Camelo e João Simões. Foi
concebido de acordo com o programa formulado, em 1946, por António Ferro, então
diretor do Secretariado de Propaganda Nacional sob a denominação de “Museu do
Povo” e organizado de acordo com a divisão administrativa do território
nacional da Constituição Portuguesa de 1933.
Para a sua
inauguração, a 15 de junho de 1948, o anterior edifício foi adaptado a museu
com projeto do arquiteto Jorge Segurado, a partir de programa definido pelo
etnógrafo Francisco Martins Lage e pelo artista Tomás de Mello (Tom),
conjugando elementos decorativos de gosto modernista com outros extraídos de
uma estética tradicional.
No processo
de criação do MAP, para além de Tomás de Mello, o projeto contou
igualmente com a colaboração de uma extensa equipa de “decoradores-pintores”,
incluindo Carlos Botelho, Eduardo Anahory, Estrela Faria, Manuel Lapa ou Paulo
Ferreira. Neste contexto, o museu apresenta um significativo conjunto de
composições murais, caracterizando as diversas regiões do País. Esta valia
patrimonial do edifício fundamentou a sua classificação como Monumento de
Interesse Público, em 2012.
O seu acervo
surge na sequência de várias exposições que contribuíram para a
organização de coleções, completadas mais tarde por aquisições e doações. É
constituído por objectos de cerâmica; ourivesaria popular; instrumentos
musicais; cestaria; têxteis; trajos e bordados; miniaturas de barcos e carros
de tração animal; e alfaias agrícolas.
Em 2000, a
exposição permanente do museu foi encerrada, para profundas obras de
requalificação do edifício e, em 2006, após anúncio de extinção do MAP, o seu
espólio foi transferido para o Museu Nacional de Etnologia. A ligação entre
estas duas instituições é um projecto que já tinha sido equacionado por
diversas vezes nas últimas quatro décadas, mas que só em 2016 se concretizou
plenamente, com a atividade do MAP vinculada à missão e programa do Museu
Nacional de Etnologia.
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