O Castelo do Magriço, classificado como Monumento Nacional desde 1910, localiza-se na localidade de Penedono, na Beira Alta, distrito de Viseu, sendo também conhecido como Castelo de Penedono
O castelo de Penedono
Apesar de ser relativamente pequeno em relação a outros castelos
portugueses, a sua arquitectura específica, de misto de fortificação medieval
com residência senhorial, remete a imaginação imediatamente para o típico
castelo dos contos de fada e para cavaleiros a sair e a entrar dos seus
portões.
O Castelo é altamente carismático, e eleva-se de forma altiva sobre Penedono,
sendo a zona imediatamente nas imediações do castelo verdadeiramente
reminiscente de uma época medieval. Devido à sua forma icónica, é alvo de
imensas reconstituições históricas, encontrando-se no seu exterior réplicas de
catapultas e balísticas usadas nas reconstituições, e de instrumentos de
aprisionamento e tortura medieval no seu interior.
Apesar da sua configuração actual ter como origem a manutenção e
remodelação no séc. XIV por ordens de D. Fernando, o castelo original precede a
formação de Portugal, e a sua reedificação (indicando uma possível encarnação
anterior de origem incerta) é documentada pela primeira vez no contexto da
Reconquista Cristã por acção do Reino de Leão no séc. X, de forma a funcionar
como fortificação defensiva contra ataques mouros. No entanto, durante o séc.
XI, devido ao avanço e recuo constante de forças cristãs e mouras, o castelo
foi andando de mão cristã em mão moura, até que com o estabelecimento do Reino
de Portugal, o castelo cai em mãos portuguesas, e aí se fixa, tendo sido o alvo
da atenção de famosos monarcas portugueses como D. Sancho I, D. Afonso II ou D.
Dinis, atenção essa que também levou ao repovoamento de Penedono, visto que a
posição do castelo era estrategicamente importante para a defesa das fronteiras
nacionais, ironicamente em relação ao reino de Leão que em tempos teve o
castelo na sua posse.
Forte lendário
O nome do castelo está associado com o seu passado lendário, derivado de
Álvaro Gonçalves Coutinho, ou como é mais conhecido, o Magriço, um cavaleiro
descendente de uma linhagem de alcaides do castelo, que se imortalizou pela sua
referência nos Lusíadas como herói da narrativa dos Doze Pares de Inglaterra, uma narrativa
exemplificativa dos ideais de cavalaria que tiveram o seu expoente máximo na Europa
com o romance Arturiano, mas que encontram também expressão no poema épico de
Camões.
A associação do castelo aos ideais de cavalaria e à fantasia medieval,
tal como ao seu passado militar, é ainda fortalecida por lendas sobre pedras na
base do castelo cuja cor avermelhada é devido ao sangue de mouros derrotados,
assim como por lendas de tesouros escondidos por mouras
encantadas nas suas imediações. Para quem tem a imaginação povoada pelo
imaginário medieval, o Castelo do Magriço é uma visão que parece directamente
tirada de um romance de cavalaria, mas que é real e enriquece o património da
Beira Alta.
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